segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Colômbia proíbe sobremesa feita com Viagra


Doce foi apresentado em feira gastronômica em Bogotá, na Colômbia.

Segundo órgão, é proibido usar medicamentos na preparação de pratos.

O Instituto de Vigilância de Medicamentos e Alimentos (Invima) proibiu a "sobremesa da paixão", que foi apresentada na feira de gastronomia de Bogotá, depois que análises de laboratório comprovaram a presença do Sildenafil, princípio ativo do Viagra, no doce.

De acordo com a imprensa colombiana, o organismo oficial advertiu que quem utiliza medicamentos como ingredientes na preparação de pratos, especialmente em sobremesas desse tipo, infringe as normas sanitárias vigentes, pois estão enganando a população.


Fonte: Do G1, em são Paulo
Foto:
William Fernando Martinez/AP

Riqueza da cultura popular

domingo, 29 de novembro de 2009

Flamengo 2 X 0 Corinthians. A um passo do caneco!


Empreendedorismo a toda prova

Foto tirada em Pombal. A borracharia e bar fica localizada as margens da BR 427, saída para a cidade de Paulista-PB. Apesar de inusitado, o negócio existe e é real. Contrariando toda a orientação do "se beber não dirija", ali o cliente tem a opção de molhar a goela e trocar o pneu ao mesmo tempo.
A propaganda do estabelecimento é cortesia do Blog. Visitem, sóbrios, evidentemente!

sábado, 28 de novembro de 2009

Movimentação Cultural - Faquir na feira livre em Pombal-PB




Frase

Um carneirinho, dois carneirinhos, três carneirinhos...

Esgotou-se o estoque de Lexotan nas farmácias de Brasília. É uma barbaridade a quantidade de pessoas que não conseguem dormir pensando no que lhes aguarda.


Ricardo Noblat

Modelo inovador de presídio dá chave da porta a detento em Minas


O porteiro Waldenei Ramos, 29, destranca o cadeado, abre a porta e sorri ao recepcionar os visitantes. Quem vê a cena nem imagina que ele cumpre pena por roubo e dois anos atrás estava em um presídio de segurança máxima da região metropolitana de Minas Gerais.

As coisas nas chamadas Apacs (Associações de Proteção e Assistência aos Condenados) são bem diferentes de uma penitenciária convencional e podem chocar o expectador acostumado às imagens de superlotação, sujeira, abusos e violência. No novo modelo prisional adotado no Estado, o preso literalmente detém a chave da cadeia.

Enquanto cumpre pena, Ramos é o responsável não só pela portaria, como também pela escolta dos outros detentos. Isso significa que quando alguém precisa ir ao médico, por exemplo, é ele que faz o acompanhamento. Os presos vão e voltam por conta própria em carros da unidade.

"O que me faz voltar é a minha responsabilidade", resumiu ele, que já cumpriu dez anos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. "Quando saí daqui pela primeira vez, para cantar com o coral em Itaúna [MG], fazia oito anos que eu estava preso. Mesmo assim, aqui eu tinha uma chance de recomeçar a vida", contou.

"É uma relação de confiança e de corresponsabilidade. Um preso é responsável pelo outro. Se um foge, a culpa é do outro", explicou o subsecretário de administração prisional do Estado, Genilson Ribeiro Zeferino.

O lugar também chama a atenção por não ter guardas prisionais ou qualquer pessoa armada. A construção tem áreas verdes, um pátio sem muros, galpões para atividades, salas e dormitórios sem grade. Os presos passam o dia trabalhando e são responsáveis por todo o funcionamento da unidade, seja na cozinha, no armazém, no barbeiro, no jardim ou na limpeza.

Eles também cuidam das punições àqueles que saem da linha. Não são tolerados celulares, drogas, tentativa de fuga ou agressão. O Conselho de Sinceridade e Solidariedade (CSS), formado por nove presos eleitos, é responsável por recomendar os castigos à direção da unidade. Na maioria das vezes, a pena é ficar alguns dias isolado em celas "repensando a vida" --não há punições físicas.

A Apac é uma associação formada por membros da comunidade, que elegem uma diretoria responsável pela gestão da unidade. O governo entra com os recursos. Em Santa Luzia, os diretores vieram da PUC de Minas Gerais, da arquidiocese de Belo Horizonte e da Congregação Irmãos Marista.

O método usado, segundo explica a diretora Mary Lúcia da Anunciação, baseia-se em três pilares: amor incondicional ao preso, confiança e disciplina. Ele parte do princípio de que ninguém é irrecuperável, de que é preciso promover a dignidade humana e de que com a participação da comunidade a chance de reinserção é muito maior.

"Óbvio que se o preso quiser fugir, ele vai fugir. Mas o índice de fugas é muito baixo", disse o secretário estadual de Defesa Social, Maurício Campos Jr.

"Não temos garantia nenhuma na vida, não é? Mas aqui o preso é o principal protagonista da confiança e deve responder a isso. Se você trata bem, trata como ser humano, confia, oferece condições para ele mudar e cobra disciplina, eles respondem", disse.

O choque de realidade também faz parte do processo. Os detentos precisam passar pelos presídios convencionais antes de serem aceitos na Apac.

Outra premissa do trabalho é não identificar o preso pelo crime. "Dizemos que aqui entra o homem e o crime fica do lado de fora. Nem eu sei que crime cada um deles cometeu. Aqui, presos por estupro convivem com os outros", contou Mary Lúcia.

Segundo ela, ali vivem homens condenados por estupro, latrocínio e homicídio, por exemplo, mas cerca de 70% dos presos responde por tráfico de drogas ou roubo.

Por mais surreal e até piegas que pareça, aparentemente funciona. Desde que a unidade de Santa Luzia, a 16 km de Belo Horizonte, foi inaugurada, há quase quatro anos, oito presos fugiram, índice considerado baixíssimo pelo subsecretário. Os casos, fez questão de frisar Zeferino, foram registrados nos três primeiros meses de funcionamento do modelo.

A unidade abriga 129 presos, sendo que 92 deles cumprem pena em regime fechado e 38 em semi-aberto.

Um dos presos do semi-aberto é Henrique Mendes Pereira, que veio da cadeia do Palmital, também em Santa Luzia. Há 11 meses na Apac, ele se prepara para ganhar a liberdade e contou que naquela tarde sairia para acompanhar pela primeira vez o ultrassom da mulher, grávida da primeira menina do casal. "Ela vai nascer no mês que eu vou sair daqui", festejou. No regime semi-aberto, os detentos têm direito a cinco saídas por ano de sete dias cada.

Pereira falou sobre a vida na unidade: "É bom, melhor que antes. No sistema comum é muita tortura psicológica. Aqui não, né? Aqui eu posso voltar pra sociedade com dignidade. É isso que me mantém aqui e me faz ter esse comportamento".

O governo de Minas mantém 25 Apacs, que juntas podem abrigar 1.518 presos. Nesse modelo não há superlotação ou rebeliões. O problema é que enquanto milhares de presos se acotovelam nos outros presídios do Estado -que possui um déficit de cerca de 12 mil vagas-- sobram 323 vagas nas unidades de reintegração. Só na unidade de Santa Luzia, há 71 vagas.

"O juiz de execução faz uma transferência gradativa dos presos para cá. São escolhidos aqueles que têm família na região, porque o foco é a reintegração com a sociedade e a família facilita isso", explicou Mary. "Além disso, o preso precisa querer vir para cá e aceitar as condições, se dispor a agir de maneira responsável. Há casos de quem não queira. Não são muitos, mas há".

Segundo ela, o tipo de delito e o tamanho da pena não são levados em conta na hora de determinar quem será convidado para integrar uma Apac.

* A repórter viajou a convite do Governo de Minas Gerais



Fonte:
Fabiana Uchinaka
Enviada especial do UOL Notícias*
Em Santa Luiza (MG)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Locutor fúnebre anuncia a própria morte no interior de SP

Homem de 91 anos morreu logo após terminar obituário.

Velório de Nova Europa ficou cheio.

Locutor de anúncios fúnebres em Nova Europa, a 317 km de São Paulo, um homem de 91 anos deixou gravado o anuncio da própria morte e o convite para o velório. No alto falante, em plena praça central da cidade, Nelson Fortunato repetiu o que fez a vida inteira.

Ele leu em voz alta: "Nota de falecimento. Estou anunciando o meu falecimento. Falecimento: Nelson Fortunato, vosso comunicador falante. Como foi gravado antes da minha morte, não tem a hora do enterro, mas é importante que todos saibam que eu morri."

A confirmação da morte ocorreu logo após a gravação do anúncio. Fortunato morreu em decorrência de uma pneumonia. O locutor oficial de anúncios fúnebres foi irreverente: deixou o próprio obituário pronto. Funcionário público, vereador, era ele quem projetava os filmes nos três cinemas que a cidade teve. O velório ficou cheio.


Fonte:
Do G1, com informações do Jornal Hoje

Filhos, a alegria do lar!


Hora do recreio - A importância da pontualidade

Despedida do padre


O Padre no jantar de despedida pelos 25 anos de trabalho ininterrupto à
frente de uma paróquia discursa:

- A primeira impressão que tive da paróquia, foi com a primeira confissão
que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos
seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com a
esposa do chefe. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia
transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo. Com
o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente
responsável, com valores, comprometida com sua fé, e desta maneira tenho
vivido os 25 anos mais maravilhosos do meu sacerdócio.

Chega o prefeito para entregar o presente da comunidade, prestando a
homenagem ao padre. Ele pede desculpas pelo atraso e começa o discurso:

- Nunca vou esquecer do dia em que o padre chegou à nossa paróquia. Como
poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar...

Silêncio total...


MORAL DA HISTÓRIA: Nunca se atrase!!!
P.S. Enviada por e-mail por Fátima Félix

A atualidade do pensamento de Josué de Castro


Após trinta e seis anos do crime político que foi a morte de Josué de Castro, em seu fatídico exílio na França, seu pensamento e pregações tornam-se cada dia mais atuais, pois a fome impera de forma avassaladora, cumprindo profeticamente o que sua magistral clarividência havia definido décadas atrás.

A fome, conforme Josué de Castro, inevitavelmente invadiria o primeiro mundo, tendo em vista a intensa migração verificada nas antigas colônias em direção às metrópoles. A previsão vem se confirmando categoricamente, pois a intensa xenofobia que caracteriza diversos países ricos vem intensificando as contradições sociais.

Em 1965 Josué de Castro defendeu que o mundo desenvolvido havia alcançado impressionante progresso técnico e financeiro que se houvesse empenho na formação de responsável governo mundial o problema seria imediatamente banido da face da terra. Defendeu ainda que, em vinte anos, ou teríamos a abundância para todos ou a catástrofe provocada pelo problema da fome mundial.

Infelizmente a perspectiva otimista de minimizar a fome no planeta não foi observada, em razão que a ganância dos países ricos, os quais Josué de Castro diversas vezes , quando presidia a FAO, classificou como hipócritas, definiu rumos incertos para dois terços da população excluída do planeta.

As previsões apocalípticas contidas no pensamento de Josué de Castro sobre o recrudescimento da questão alimentar com a fome assolando implacavelmente populações miseráveis e esquecidas infelizmente se concretizam, pois quando da publicação dos principais livros que escreveu, ou seja, Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951), havia ênfase a percentual significativo do conjunto populacional habitando o campo na região que definiu como prioritária para a pragmatização de suas idéias.

Hoje a urbanização anômala e acelerada vem modificando radicalmente a estrutura sócioeconômica terceiromundista, destacando a inexistência de efetivas e comprometidas políticas públicas que possam viabilizar de fato a permanência humana nas cidades que crescem assustadoramente.

A fome passou a integrar a paisagem urbana de forma indelével, bem como a rural, pois o campo se despovoa e cede lugar á voracidade do agrobusiness. A agricultura familiar defendida por Josué de Castro vem declinando em sua importância.

No campo terceiromundista, em boa parte, já não mais produzem alimentos, forçando subida estratosférica dos preços, alicerçando cada dia que passa maior atualidade do pensamento do grande cientista brasileiro que foi vítima da ditadura militar.

Para entendermos os grandes problemas da humanidade temos que recorrer à reflexão sobre o pensamento sólido e atual de um dos maiores humanistas nascido neste país, pois ao invés de haver ênfase à inclusão, a nova ordem econômica mundial, surgida no período pós segunda grande guerra, vem se caracterizando pelas nefastas manifestações que denigrem a dignidade de grande parcela do gênero humano.


(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor do Departamento de Geografia da UERN.

Justiça condena vereadores mineiros por comprar cuecas e meias com verba indenizatória

Enquanto a Corregedoria da Câmara dos Deputados começa a investigar o uso irregular de verbas indenizatórias por parlamentares, a compra de cuecas e meias com verba de gabinete levou à condenação de nove vereadores e ex-vereadores no interior de Minas Gerais.

O juiz Adriano Zocche, da 2ª Vara Cível de Unaí (600 km de Belo Horizonte), determinou no último dia 12 a devolução de cerca de R$ 35 mil aos cofres públicos, com correção monetária, além da suspensão dos direitos políticos de todos eles, por períodos de oito ou dez anos, dependendo do caso.

Três deles ainda são vereadores, e foram condenados à perda de mandato. Cabe recurso em todos os casos.

Segundo o Ministério Público, que acusou os vereadores de improbidade administrativa, entre janeiro e junho de 2005 eles usaram as verbas de gabinete mensais, de R$ 500 (R$ 950 para integrantes da Mesa Diretora), com despesas particulares, patrocínios de festas e serviços assistencialistas.

Dois dos ex-vereadores compraram três cuecas com verba indenizatória. Além dessas, o Ministério Público constatou outras despesas particulares com vestuário, como a compra de 51 pares de meia, 24 gravatas, 53 camisas e 42 calças, entre outros.

A defesa dos políticos, que irá recorrer da sentença, argumentou no processo que não é possível diferenciar despesas particulares de atividades do mandato, no caso dos gastos com vestuário.

"É até de perguntar se os requeridos imaginam que cuecas não são utilizadas corriqueiramente por cidadãos comuns e se somente os vereadores, em suas obrigações de estarem trajados adequadamente, as utilizariam", escreveu o juiz na sentença.


Fonte:
BRENO COSTA
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Folha on line

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Comício em beco estreito - Jessier Quirino

O poeta paraibano Jessier Quirino estará lançando seu novo livro no próximo sábado (28.11) no teatro Paulo Pontes em João Pessoa.

Vale a pena conferir.

Raul Seixas - Aluga-se


A solução pro nosso povo eu vou dar
Negócio bom assim ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui é só vir pegar
A solução é alugar o Brasil!

Nós não vamos pagar nada
Nós não vamos pagar nada
É tudo free,
Tá na hora agora é free,
vamo embora
Dar lugar pros gringo entrar
Esse imóvel tá pra alugar

Os estrangeiros, eu sei que eles vão gostar
Tem o Atlântico, tem vista pro mar
A Amazônia é o jardim do quintal
E o dólar deles paga o nosso mingau

Nós não vamos pagar nada
Nós não vamos pagar nada
É tudo Free,
Tá na hora agora é Free,
vamo embora
Dar lugar pros gringo entrar
Esse imóvel tá pra alugar

Nós não vamos pagar nada
Nós não vamos pagar nada
Agora é free
Tá na hora agora é free,
vamo embora
Dar lugar pros gringo entrar
Esse imóvel tá pra alugar

Colecionador reúne 'santinhos' de luto e cópias de certidões de óbito na Bahia

João Torres Matos faz coleção desde os 12 anos. Ele tem cópias de certidões de famosos.

Desde os 12 anos de idade, João Torres Matos coleciona os chamados santinhos de luto, uma espécie de obituário que é entregue como lembrança nas missas de sétimo dia.

Matos, morador de Vitória da Conquista (BA), já tem 5 mil cartões. “Eu trabalhava com caixões com um vizinho. Também frequentava a igreja, era coroinha, e sempre pegava os cartões. Comecei a colecionar naturalmente. Hoje, é minha paixão”, diz.

São 5 mil santinhos, muitos de parentes, amigos e pessoas conhecidas na comunidade. Entre as mais de dez pastas, organizadas em ordem alfabética, também é possível encontrar uma cópia da certidão de óbito do piloto Ayrton Senna e de outros famosos.

Mas a coleção de Matos é questionada pela família e amigos. Ele quis encomendar o próprio santinho. “Quis fazer e minha família não deixou, mas já tenho túmulo com meu nome”, afirma Matos.


Fonte G1

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sociedade dos poetas mortos

Casa de Charles Chaplin será transformada em museu

Mansão na Suíça, onde ator viveu por 20 anos, foi escolhida.

Instituição deve ser inaugurada nos próximos dois anos.

Localizada em Corsier-sur-Vevey, a mansão foi escolhida para sediar o Museu Charles Chaplin, derrotando imóveis da família em Los Angeles e Londres. As informações são de Michael Chaplin, filho do lendário ator.

O museu é planejado há cerca de uma década, e sua instalação deve ser concluída em cerca de dois anos. O local vai abrigar objetos pessoais de Charles Chaplin e narrar a vida do artista, de sua infância em Londres ao estrelato em Hollywood.

Mansão

"Ele foi muito feliz aqui com sua família", disse Michael Chaplin sobre a casa suíça, onde seu pai viveu por mais de 20 anos e criou oito filhos até sua morte, em 1977. O diretor foi morar na Suíça após ser banido dos EUA em 1952, durante o McCarthismo, sob a acusação de ser a favor do comunismo. Ele retornou àquele país duas décadas depois para receber um Oscar por sua carreira.

Com seus amplos jardins, a mansão serviu de casa para os irmãos Michael e Eugene Chaplin e suas famílias por dez anos. "O tempo todo que moramos aqui vimos fãs baterem à porta pedindo para conhecer a propriedade", afirmou Michael, de 63 anos, o quinto filho de Chaplin. "Às vezes, ônibus lotados de fãs chegavam para ver o local; isso nos deu a ideia de transforma-lo em um museu quando nos mudassemos."

Mas vizinhos se opuseram aos planos e tentaram impedir o projeto durante anos. A família de Chaplin conseguiu finalmente a aprovação das autoridades depois de conquistar o apoio da fábrica de chocolates Nesté, instalada nas proximidades.

A principal construção do museu vai abrigar a biblioteca de Chaplin, seu piano e sua mesa preferida, sobre a qual ele escreveu sua autobiografia e diversos roteiros de filmes. O museu também deve contar com uma reprodução da máquina que aparece em "Tempos modernos".


Fonte G1

Álvares de Azevedo, Por que mentias?

Interrupção de tratamento para doentes terminais poderá ser votada


Em tramitação no Senado há nove anos, o projeto de lei do senador Gerson Camata (PMDB-ES) que se destina a legalizar a ortotanásia pode ser votado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira (25). Essa prática envolve a interrupção de procedimentos artificiais para prolongar a vida de pacientes em estado terminal, baseada no conceito de morte em paz. É diferente da eutanásia, em que são adotadas ações para acelerar a morte.

Pelo texto, não será mais considerado crime deixar de fazer uso de meios "desproporcionais e extraordinários", em situação de morte iminente ou inevitável, no âmbito dos cuidados paliativos dispensados a paciente terminal. Para isso, no entanto, é necessário o consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, do cônjuge ou companheiro, ascendente (pais e avôs), descendente (filhos) ou irmão. Além disso, a situação de morte inevitável e próxima deve ser previamente atestada por dois médicos.

Com as alterações sugeridas pelo relator, senador Augusto Botelho (PT-RR), basicamente para aperfeiçoamento de redação, o projeto (PLS 116/00) será examinado na CCJ em decisão terminativa.

Humanização da morte

Para Camata, excluir a ortotanásia da condição de ilicitude no Código Penal corresponde a garantir o direito que toda pessoa deve ter de humanizar seu processo de morte. Conforme o autor, isso representa evitar "prolongamentos irracionais e cruéis" da vida do paciente, para poupar o próprio doente e sua família de todo o desgaste que essa situação envolve.

Camata passou a cobrar com mais empenho a aceleração da proposta a partir de 2006, quando a Justiça Federal suspendeu os efeitos de resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que regulamentava a ortotanásia. Autor da ação, o Ministério Público argumentou que a prática pode caracterizar homicídio. Com isso, os médicos podem responder criminalmente se suspenderem tratamentos que prolongam artificialmente a vida de pacientes terminais, mesmo a pedido do doente ou da família.

Camata salienta que, de forma geral, as religiões condenam a eutanásia, mas não são contrárias a ortotanásia. No caso da Igreja Católica, ele lembra que há manifestações favoráveis em três bulas papais. Na encíclica Evangelium Vitae, de 1995, o Papa João Paulo II opõe-se ao "excesso terapêutico", afirmando ainda que a renúncia a "meios extraordinários ou desproporcionados" para prolongar a vida não equivale ao suicídio ou à eutanásia. Ao contrário, o então papa diz que essa renúncia apenas exprimiria "a aceitação da condição humana defronte à morte".

Convergência

Especialistas de diversas áreas também avaliaram o projeto, em audiência pública realizada pela CCJ no último mês de setembro. O debate revelou convergência de posições a favor da interrupção de tratamentos apenas para prolongar a vida de pacientes em fase terminal. O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Edson de Oliveira Andrade, disse que o projeto de Camata proporciona segurança aos médicos. Para o médico, a ortotanásia é "um ato de compaixão e de humildade da profissão médica" perante os limites da vida.


Fonte:
Da Agência Senado

Cientistas criticam proposta de "2012" e indicam cenários de fim do mundo


A Nasa (agência espacial norte-americana) criticou a Sony em outubro por sugerir, em sua campanha publicitária para o filme "2012", que o mundo acabaria em 2012.

No ano passado, o Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), também assegurou que o mundo não acabaria tão cedo --portanto, acho que tudo isso é uma boa notícia para quem fica nervoso facilmente. Com que frequência vemos duas instituições científicas top de linha como essas nos garantindo que está tudo bem?

Por outro lado, é meio triste, se você estava ansioso por tirar umas férias das prestações do imóvel para financiar uma última festança.

As declarações do Cern tiveram a intenção de aliviar temores de que um buraco negro sairia de seu novo Grande Colisor de Hádrons (LHC) e engoliria a Terra.

O pronunciamento da Nasa, na forma de vários posts em sites e um vídeo postado no YouTube, foi uma resposta a temores de que o mundo fosse acabar no dia 21 de dezembro de 2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como Grande Contagem no calendário maia teoricamente chegaria a um fim.

Filme

O burburinho em torno do fim dos dias atingiu o auge com o lançamento do filme "2012", dirigido por Roland Emmerich, que já trouxe desgraças fictícias para a Terra anteriormente, com alienígenas e geleiras, em "Independence Day" e "O Dia Depois de Amanhã".

No filme, o alinhamento entre o Sol e o centro da galáxia, no dia 21 de dezembro de 2012, faz com que o astro fique ensandecido e lance na superfície da Terra inúmeras partículas subatômicas ambíguas conhecidas como neutrinos.

De alguma forma, os neutrinos se transformam em outras partículas e aquecem o centro da Terra. A crosta terrestre perde suas amarras e começa a se enfraquecer e deslizar por aí.

Los Angeles cai no oceano; Yellowstone explode, causando uma chuva de cinzas no continente. Ondas gigantes varrem o Himalaia, onde governos do planeta tinham construído em segredo uma frota de arcas, nas quais 400 mil pessoas selecionadas poderiam se abrigar das águas.

Porém, essa é apenas uma versão do apocalipse. Em outras variações, um planeta chamado Nibiru colide com o nosso ou o campo magnético da Terra enlouquece.

Existem centenas de livros dedicados a 2012, e milhões de sites, dependendo de que combinação de "2012" e "fim do mundo" você digite no Google.

"Tolices"

Segundo astrônomos, tudo isso é besteira.

"Grande parte do que se alega que irá ocorrer em 2012 está baseada em desejos, grandes tolices pseudocientíficas, ignorância de astronomia e um alto nível de paranoia", afirmou Ed Krupp, diretor do Griffith Observatory, em Los Angeles, e especialista em astronomia antiga, em um artigo publicado na edição de novembro da revista "Sky & Telescope".

Pessoalmente, adoro histórias sobre o fim do mundo desde que comecei a consumir ficção científica, quando era uma criança sem afeto. Fazer o público se borrar nas calças é o grande lance, desde que Orson Welles transmitiu a "Guerra dos Mundos", uma notícia falsa sobre uma invasão de marcianos em Nova Jersey, em 1938.

No entanto, essa tendência tem ido longe demais, disse David Morrison, astrônomo do Ames Research Center da NASA, em Moffett Field, Califórnia. Ele é autor do vídeo no YouTube refutando a catástrofe e um dos principais pontos de contato da agência sobre a questão das profecias maias prevendo o fim dos dias.

"Fico com raiva de ver como as pessoas estão sendo manipuladas e aterrorizadas para alguém ganhar dinheiro", disse Morrison. "Não há direito ético que permita assustar crianças para ganhar dinheiro".

Desesperados

Morrison afirmou receber cerca de 20 cartas e mensagens de e-mail por dia de pessoas até da Índia, assustadas até o último fio de cabelo. Em uma mensagem de e-mail, ele anexou exemplos que incluíam uma mulher perguntando se deveria se suicidar, matar sua filha e seu bebê ainda no útero. Outra mensagem veio de uma pessoa questionando se deveria sacrificar seu cachorro, a fim de evitar o sofrimento de 2012.

Tudo isso me fez lembrar os tipos de cartas que recebi no ano passado sobre o suposto buraco negro do Cern. Isso também era mais ficção científica do que fato científico, mas aparentemente não há nada melhor que a morte para nos aproximar de domínios abstratos como física e astronomia. Nessas situações, quando a Terra ou o Universo não estão nem aí para você e seus entes queridos, o cósmico realmente se torna algo pessoal.

Morrison disse não culpar o filme por todo o burburinho, não tanto quanto os vários outros divulgadores das previsões maias e a aparente incapacidade de algumas pessoas (e isso se reflete em vários aspectos da nossa vida nacional) de distinguir a realidade da ficção. Porém, ele disse, "meu doutorado foi em astronomia, não em psicologia".

Em mensagens de e-mail, Krupp disse: "Sempre estamos incertos em relação ao futuro, e sempre consumimos representações dele. Somos seduzidos pelo romantismo do passado longínquo e pela escala exótica do cosmo. Quando tudo isso se junta, ficamos hipnotizados".

O porta-voz da Nasa, Dwayne Brown, afirmou que a agência não faz comentários sobre filmes, deixando essa tarefa para os críticos de cinema. No entanto, quando se trata de ciência, disse Brown, "achamos que seria prudente oferecer um recurso".

Aquecimento global

Se você quer ter algo para se preocupar, afirma a maioria dos cientistas, deve refletir sobre as mudanças climáticas globais, asteróides ou guerra nuclear. Porém, se a especulação sobre as antigas profecias mexem com você, aqui estão algumas coisas, segundo Morrison e outros, que você deve saber.

Para começar, os astrônomos concordam que não há nada especial em relação ao alinhamento do Sol e do centro galáctico. Isso ocorre todo mês de dezembro, sem nenhuma consequência física além do consumo exagerado de panetones. De qualquer forma, o Sol e o centro galáctico não vão exatamente coincidir, nem mesmo em 2012.

Se houvesse outro planeta lá fora vindo em nossa direção, todo mundo já teria percebido. Quanto às violentas tempestades solares, o próximo auge do ciclo das manchas solares só ocorrerá em 2013, e será no nível mais suave, afirmam astrônomos.

O apocalipse geológico é uma aposta melhor. Já houve grandes terremotos na Califórnia, e provavelmente haverá outros. Esses tremores poderiam destruir Los Angeles, como mostrou o filme, e Yellowstone poderia entrar em erupção novamente com uma força cataclísmica, mais cedo ou mais tarde.

Nós e nossas obras somos, de fato, apenas passageiros frágeis e temporários na Terra. Porém, neste caso, "mais cedo ou mais tarde" significa centenas de milhões de anos --e haveria bastante aviso quando chegasse a hora.

Os maias, que eram astrônomos e cronometristas bons o suficiente para prever a posição de Vênus 500 anos no futuro, merecem coisa melhor.

O tempo maia era cíclico; especialistas como Krupp e Anthony Aveni, astrônomo e antropólogo da Colgate University, afirmam não haver evidências de que os maias achassem que algo especial ocorreria quando o marcador da Grande Contagem atingisse 2012. Existem referências em inscrições maias a datas antes e depois da atual Grande Contagem, afirmam os especialistas.

Sendo assim, continue pagando suas prestações normalmente.


Fonte:
DENNIS OVERBYE
do New York Times

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Com temperatura em alta, governo do Rio libera bermuda para professores em sala de aula


O verão ainda nem chegou ao Rio de Janeiro, mas com salas de aula lotadas e sem ar condicionado, a secretaria municipal de Educação resolveu permitir aos professores da rede pública o uso de bermudas. A medida passou a valer na última terça-feira (17), após decreto da secretaria Claudia Costin.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros da capital fluminense marcaram em média na última semana cerca de 37ºC. "Neste Rio 40 graus não dá para trabalhar de calça comprida, nem de vestido longo. Acho ótimo, desde que seja uma bermuda de acordo com o contexto. Não pode é usar bermuda de ir para a praia", opina a professora de português Iraídes Coelho.

De acordo com a medida municipal, não estão permitidos, entretanto, short de banho ou similares. Ainda assim, o professor de história Alexandre Sabenevides prefere seguir o que ele chama de um padrão de vestimenta para o profissional da área.

"No meu caso, eu sempre trabalhei de calça porque compõe como um uniforme. Muitas vezes isso é questão de tradição", afirma Sabenevides. "Por outro lado, tem professores que têm mente mais aberta, mais liberal, e aí a bermuda torna-se necessária para ele se sentir a vontade num verão tão forte como o nosso", afirma.

Opinião parecida tem a professora de geografia Sandy Barbosa. "Eu nunca dei aula de bermuda, mas eu acho que não há nenhum problema, desde que a bermuda seja comportada, vá até o joelho", diz.

Os pais dos alunos aprovaram a iniciativa. "Eu acho normal, o calor está demais mesmo. Todo mundo anda de bermuda, porque o professor não pode? Não tem ventilador, não tem nada na sala de aula, é bom que tenha essa medida", diz Valney Figueira, aposentado, pai de um estudante de um colégio de Copacabana, na zona sul.

"Acho que vai do comportamento do professor. Ele pode usar uma blusa até o pescoço, uma calça comprida, e não ter uma postura boa como professor. Então, para mim é indiferente", opina a cabeleireira Simone Campos, mãe de uma aluna da mesma escola.

Esta não é a primeira vez que professores da rede pública municipal são liberados para usarem roupa mais leve. Em 2003, o então prefeito Cesar Maia aprovou medida similar, que incluía servidores públicos, cobradores de ônibus e motoristas de táxi. Para este ano, além dos professores, o prefeito Eduardo Paes anunciou que a liberação continua para os mesmos profissionais.

Alunos "pegam no pé"

Se a medida é quase unânime entre professores e pais de alunos, entre os estudantes há discórdia. "Acho que todos os professores deveriam seguir as regras da escola e vir com uma roupa específica para o trabalho que ele faz. Acho que faz mal vir de bermuda, porque isso mostra que eles não entendem muito da matéria, não conseguem ensinar muito e só vai lá para marcar o ponto, e não para ensinar", diz Davi Dutra Monteiro, 13, aluno do ensino fundamental.

E não é só ele que tem essa opinião. "Tem que ser mais formal, pô. Mas aí vai de cada um, né?", fala Leonardo Cardoso, 15, do ensino médio. "Para mim deveria usar calça. Eles usando os alunos também vão usar, vão se espelhar neles e vir mais comportados. É um sinal de respeito", complementa Juliana da Silva, 16, também do ensino médio.

A professora de língua portuguesa Iraídes Coelho pondera. "Eles ainda estão se formando. A crítica ainda não está concluída. Tomara que quando conclua seja de uma maneira mais aberta, porque Rio de Janeiro, 40 graus, não dá para trabalhar na sala de aula toda vestida. Uma bermudinha cai bem."

"Pra mim não tem problema nenhum como professora, embora eu não goste de usar. Não altera em nada. Acho que nós temos problemas muito mais importantes, não é?", afirma Marta Ribeiro, professora de português.

Para o sindicato dos profissionais do Rio de Janeiro, é justamente esta a questão: tratar de outros problemas é mais importante do que qualquer tipo de polêmica.

"A maior parte dos professores já usava bermuda antes mesmo de virar regulamento. Mas eu acho que a prefeitura deveria se importar mais em garantir uma estrutura nas escolas para que alunos e professores não sofram com o calor. Não tem ar condicionado nas escolas, os ventiladores sempre estão quebrados, as salas entupidas de estudantes", explica Susana Gutierrez, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).

Fonte:
André Naddeo
Do UOL Notícias
No Rio de Janeiro

Ex-aluno devolve livros para biblioteca da escola após 51 anos


Parece que um antigo aluno de uma escola no Arizona (EUA) levou todos esses ditados a sério, afinal, ele devolveu dois livros à biblioteca de seu velho colégio 51 anos depois ter pego emprestado.

Com rara honestidade, ele incluiu junto aos livros US$ 1.000 (cerca de R$ 1.800) para cobrir as multas por atraso na devolução (e que atraso!).

Georgette Bordine, a bibliotecária da escola, disse que ambos os livros foram retirados em 1959 e devolvidos agora por alguém que quis manter o anonimato. (O Editor do UOL Tabloide pergunta: será vergonha?)

Ela diz que a carta que acompanha os livros explica que a família do "devedor" mudou-se para outro Estado e os livros foram empacotados por engano.

A carta diz que o dinheiro é para cobrir a multa de US$ 0,02 ao dia para cada livro, o que somariam US$ 745 (cerca de R$ 1.340), a quantia a mais seria no caso de o valor das taxas terem mudado.

Bordine disse que o dinheiro será usado para comprar mais livros para a biblioteca e que os livros devolvidos serão colocados em suas antigas prateleiras.


Fonte:Do UOL Tabloide
Em São Paulo
*Com informações do Metro.co.uk

sábado, 21 de novembro de 2009

Djavan - Um amor puro

Idoso processa bar porque cão arruinou sua vida sexual

Irving Grossman machucou o joelho esquerdo após tropeçar no animal.
Ele disse ao 'Daily News' que a lesão lhe causou dor e angústia mental.

Irving Grossman, de 81 anos, entrou com um processo contra um bar de Nova York (EUA), alegando que sua vida sexual foi arruinada por um ferimento que sofreu após tropeçar em um cão no estabelecimento, segundo reportagem do jornal "New York Daily News".

Grossman entrou com uma ação contra o bar "Austin Steak and Ale House", destacando que machucou o joelho esquerdo no acidente. Segundo ele, a lesão lhe causou dor, angústia mental e arruinou sua vida sexual com sua mulher.

Ele disse que teve que usar uma joelheira por dois meses por causa da queda, que aconteceu no dia 29 de abril.

O gerente do bar estava trabalhando no dia, mas disse que não lembrava do incidente. Ele contou que o bar segue as leis da cidade, não permitindo animais de estimação no local, mas destacou que um dos clientes habituais é deficiente visual e vai ao bar com seu cão guia.

Fonte G1

Uma fotografia da hoje primeira-dama da Francesa, Carla Bruni, tirada pelo fotógrafo Michel Comte em 1993, posando nua, não obteve comprador em um leilão organizado nesta sexta-feira na cidade de Paris, haja vista que o valor máximo oferecido ficou bem abaixo do preço de reserva.

O preço inicial da fotografia de Bruni, que na época trabalhava como modelo para destacados estilistas, foi fixado em 4.000 euros.

O preço de venda estimado da imagem, leiloada na casa Druot por um colecionador alemão, foi estimado entre 6.000 e 9.000 euros.

No entanto, o maior valor oferecido pelos participantes do leilão foi 5.800 euros, em menos de 90 segundos.

Como era inferior ao preço de reserva, a oferta não foi aceita.


Fonte: Folha on line

Djavan - Lambada de serpente

Estou me lixando, diz Ayres Britto sobre pressões


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto disse que está se lixando para pressões referentes ao julgamento do ex-ativista italiano Cesare Battisti, em entrevista publicada neste sábado pelo jornal Estado de S. Paulo.

"Quem se meter a me pressionar está perdendo o seu tempo. Venha de onde vier esse tipo de pressão. E eu ouço com muito mais atenção um reclamo da choupana do que do palácio. Pode acreditar. Não tô nem aí. Eu tô me lixando para os que pensam que me dobram", disse ele ao jornal.

O ministro teria sido criticado, segundo o jornal, por ter dado o voto que concedeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a palavra final sobre a extradição de Battisti. De acordo com seu voto, não havia impedimentos jurídicos para extraditar Battisti, mas cabe a Lula oficializar a extradição.

Ele criticou ainda as informações divulgadas sobre uma mudança de voto, por ter dado a Lula a responsabilidade de extraditar ou não Battisti. "Se não for má-fé, é uma estupidez dizer que eu recuei do meu voto. Eu só votei quanto a quem era o competente para entregar o extraditável ao Estado estrangeiro na quarta-feira", disse ao jornal.

Ayres disse ainda que a decisão tomada pelo STF não era inédita. Ele relatou o caso de um israelense que teria abusado e maltratado crianças. Neste julgamento, o ministro propôs o mesmo procedimento de comunicar ao presidente sobre a extradição. "Na ocasião, eu disse várias vezes: a competência para extraditar é do presidente da República. Ninguém contestou", disse.

Segundo Ayres, o papel do STF em casos como estes é o de fazer o exame jurídico sobre o processo. Caso seja autorizada a extradição, o ato passa a ser político.

"O Supremo não pode se deslocar do campo jurídico para o campo político. Porque o ato de entrega do extraditando é uma decisão política entre Estados", disse.



Fonte: Terra

Charge - Amarildo


Versículos do Dia

Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. (Salmos 34:1)

Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; (Efésios 5:19)

Vem sentar-te comigo, Lígia - Fernando Pessoa por Paulo Autran

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


Reflexão

"Devemos viver como se fossemos morrer a qualquer momento e proceder como se não fossemos morrer nunca."
Santo Agostinho

domingo, 15 de novembro de 2009

Embaixador venezuelano na Colômbia diz que há "situação de pré-guerra"

O embaixador venezuelano na Colômbia, Gustavo Márquez, afirmou que seu país deve se preparar para a guerra porque há "uma situação de pré-guerra" que ameaça a Venezuela e não descartou uma invasão dos Estados Unidos.

Em declarações publicadas hoje pelo jornal colombiano "El País", de Cali, o diplomata disse que, quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, convoca os militares e o povo de seu país a se preparar para a "defesa da nação", não procura agredir alguém.

"O que o presidente Chávez disse exatamente é que tínhamos que 'nos preparar para a guerra', porque há uma situação de pré-guerra: está sendo construído um cenário de guerra que ameaça a Venezuela e todos os países da região", disse.

Para Márquez, o acordo militar assinado entre Colômbia e EUA, pelo qual tropas americanas poderão usar bases militares em território colombiano, é "inconveniente, embora respeitemos essa decisão soberana do Estado colombiano".

"Hoje, os fatos nos dão razão: este convênio ameaça a soberania regional", afirmou.

O embaixador venezuelano acrescentou que é necessário fazer uma reflexão sobre estes fatos para encontrar um caminho estável que permita recompor as relações bilaterais entre Venezuela e Colômbia, congeladas desde agosto por ordem de Chávez.

"Como consequência da falta de transparência, não há confiança, e quando não há confiança, não pode haver relações estáveis", afirmou o diplomata.

A detenção de quatro militares venezuelanos em território colombiano e sua posterior deportação é o incidente mais recente nas tensas relações diplomáticas e comerciais entre Colômbia e Venezuela.

O Governo colombiano apresentou ao Conselho de Segurança da ONU e à Organização dos Estados Americanos (OEA) uma nota de protesto por "ameaças" do Executivo da Venezuela.

A tensão entre os dois países aumentou desde que Chávez alertou seus compatriotas para a possibilidade de uma guerra por causa do acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos e pediu para que estivessem preparados.

Chávez vê o convênio, que permite a militares americanos o uso de bases colombianas, como uma ameaça para seu país e a região.

Dias depois da polêmica declaração, o presidente da Venezuela disse que apenas fez uma reflexão baseada no ditado latino "si vis pacem, para bellum" ("se queres a paz, prepara a guerra") e atribuiu a "uma manipulação midiática" a compreensão de que era uma convocação a um confronto.


Fonte:
Bogotá, 15 nov (EFE)

Versículos do dia

Por cobre trarei ouro, e por ferro trarei prata, e por madeira, bronze, e por pedras, ferro; e farei pacíficos os teus oficiais e justos os teus exatores. (Isaías 60:17)

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Romanos 14:17)

Zé Ramalho - Chão de Giz

Celular e biometria devem substituir cédulas e moedas, dizem especialistas

Um quarto da população do Quênia já usa celular como 'minibanco'.
Uso da impressão digital incluiria analfabetos no sistema financeiro.

A população já se acostumou a andar com pouco dinheiro na carteira, segundo o Banco Central. Em 2007, 61% dos brasileiros diziam andar com até R$ 20 no bolso em notas, número idêntico ao verificado em 2005, quando o BC fez a mesma pesquisa.

O uso de cartões de débito e crédito, porém, disparou no país. De 2003 a 2008, a quantidade de transações com cartões de débito cresceu 217%, enquanto as com cartão de crédito subiram 129%, mostram dados do BC. Já as transações bancárias pela internet subiram 42% entre 2006 e 2008, enquanto as transações nos caixas eletrônicos subiram 11%. Nas agências, o movimento subiu 3%.

Biometria e celular

Especialistas dizem que tecnologias como o celular e a biometria podem fazer com que seja possível fazer pagamentos eletrônicos em todos os lugares, tornando o dinheiro vivo cada vez menos importante. E isso pode ocorrer mesmo em países pobres, que podem "pular" a fase dos cartões de crédito, por exemplo.

Dave Birch, diretor da consultoria britânica Hyperion, prevê a expansão do uso do celular para pagamentos. “Para não precisarmos mais de dinheiro ou cartões, precisamos que os pagamentos eletrônicos estejam disponíveis em todo lugar, e não só nas lojas”, diz.

A Hyperion é especializada em estudar meios eletrônicos de pagamento e organiza anualmente o Digital Money Forum (Fórum do Dinheiro Digital), no Reino Unido. “Os celulares significam que ninguém precisa de dinheiro vivo. Os telefones vão se tornar um terminal pessoal de pagamentos, com o qual todos podem pagar e receber pagamentos de todos”, diz Birch.

Para demonstrar que a ideia pode dar certo, o especialista cita o caso do Quênia, nação africana onde existe o sistema M-Pesa. Quem tem celular da operadora Safaricom pode abrir uma "conta" M-Pesa, fazendo depósitos em dinheiro em um dos 12 mil agentes autorizados do sistema, como lojas da operadora, postos de combustível e supermercados.

Depois, o dinheiro pode ser sacado nesses mesmos locais, transferido a outros usuários de celular ou usado para pagar contas e comprar produtos. Não é preciso ter conta no banco nem ter o crédito aprovado; para se cadastrar é só apresentar um documento de identidade. Todas as transações são feitas no menu do aparelho celular ou por SMS.

Segundo a Safaricom, o M-Pesa tem 7,5 milhões de usuários (em um país de cerca de 31 milhões de pessoas) e já foram transferidos 230 bilhões de shillings quenianos (R$ 5,3 bilhões) pelo sistema desde seu lançamento, em 2007.

Recentemente, o serviço se expandiu para permitir envio de dinheiro de imigrantes quenianos do Reino Unido para parentes que ficaram na África. Com o sucesso, o M-Pesa "migrou" para a vizinha Tanzânia em 2008, onde já contabiliza 1 milhão de usuários.

Experiência no Brasil

No Brasil, o pagamento por celular também já existe: a Visa tem um programa piloto para pagamento de compras usando o próprio aparelho, que só precisa ser aproximado de um terminal para completar a transação.

O aparelho pode ser associado a um cartão de crédito, débito ou cartão pré-pago. "Apostamos que haverá uma nova geração que vai preferir fazer compras por meio do celular, assim como há uma geração que prefere comprar pela internet", diz Percival Jatobá, diretor-executivo de produtos da Visa.

Outro exemplo do uso do celular como meio de pagamento é o serviço Paggo, da operadora Oi. Trata-se de um sistema que permite compras em lojas físicas e pela internet com confirmação por SMS.

Inclusão

Martinho Isnard Ribeiro de Almeida, professor da FEA-USP (Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da Universidade de São Paulo), acha que a solução para expandir os pagamentos eletrônicos é criar contas bancárias mais simples.

“Os maiores custos para os bancos são a manipulação do dinheiro e o crédito. Portanto, para reduzir o custo, os bancos poderiam oferecer contas com um cartão com chip só com função de débito, sem saque ou crédito”, diz ele.

E para incluir até mesmo os analfabetos, a verificação, hoje feita normalmente por senha, poderia usar a biometria, como a leitura da palma da mão, por exemplo, diz o professor da FEA-USP.

Birch diz que a inclusão dos mais pobres é muito importante, já que o dinheiro vivo “discrimina contra os pobres”, segundo ele. “Os ricos podem pesquisar na internet para comprar coisas mais baratas e pagar suas contas eletronicamente. Já os pobres têm que pegar um ônibus para ir pagar suas contas”, diz o especialista.

Mesmo para valores pequenos, os especialistas dizem que é vantajoso economicamente eliminar as cédulas e moedas. No Brasil, o Banco Central já gastou R$ 762 milhões em 2009 para produzir cédulas e moedas. No início de novembro, havia R$ 112,12 bilhões em circulação em cédulas e moedas no país.


Fonte:
Paula Leite
Do G1, em São Paulo

Revista "Tina" sugere personagem gay de Mauricio de Sousa


A 6ª edição da revista "Tina", da editora Panini, apresenta o primeiro personagem aparentemente gay das histórias de Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica.

Caio, que é apresentado como melhor amigo de Tina na história de capa, assume ser "comprometido", indicando outro rapaz, o que causa estranhamento para os outros personagens. No entanto, ele não tem trejeitos típicos de homossexuais.

A personagem Tina, originalmente hippie, nos anos de 1960, agora tem um amigo gay, em história da edição número seis de sua revista
A assessoria de Maurício de Sousa considera que é a primeira vez que o assunto é abordado nas histórias, cumprindo promessa do autor de discutir questões ligadas ao universo adolescente, "de forma tranquila e sem levantar bandeiras".

No entanto, para brindar a inclusão dele na história, há nela também um discurso de Tina contra preconceito em geral.

O assessor afirma que a história não pretendeu ser categórica no lançamento de um personagem gay. Ele levanta até a possibilidade de que ele seja bissexual, no entanto. Ele também assegura que a história e o personagem terá a devida continuidade e encaminhamento.

Tina, agora estudante de jornalismo, é uma personagem que foi criada nos anos de 1960, inicialmente com um visual hippie, e traços bem diferentes dos atuais.


Fonte: Folha Online

Município do semiárido cearense inova e cria o "Bolsa Bode"


Criar programas de transferência de renda - as chamadas "bolsas" - deixou de ser novidade na última década por todo o país. No sertão do Ceará, para incentivar a geração de renda, foi anunciada a implantação da "Bolsa Bode": programa onde serão distribuídas cabras e ovelhas a beneficiados pelo Bolsa Família.

O projeto foi criado pela Prefeitura de Tejuçuoca (144 km de Fortaleza), município conhecido como "a capital cearense do bode", incrustado no semiárido e com grande parte da população de 15 mil habitantes dependente do Bolsa Família. Segundo a Caixa Econômica Federal, recebem o benefício 2.244 famílias no local.

"A intenção é preparar os jovens dessas famílias a se tornar produtores da ovinocaprinocultura e ainda garantir a compra do leite e da carne para complementar a merenda escolar do município", disse o prefeito Edilardo Eufrásio da Cruz (PSDB).

Para o projeto-piloto, a ser implementado até o final deste mês, serão escolhidas 20 famílias e cada uma receberá dez cabras, dez ovelhas e um reprodutor. O programa será executado em dez meses, com metas a serem cumpridas pelos beneficiados, que receberão um subsídio mensal de R$ 100. Caso as metas não sejam cumpridas, além de perder o recurso, o beneficiado perde a criação ao final do prazo.

"Tem que fazer os cursos de capacitação, tem que construir um cercado, manter os animais vacinados, num ambiente limpo, plantar capim para a alimentação. Quem não cumprir, perde", explica o prefeito. Segundo ele, serão necessários R$ 200 mil para a implantação do projeto, que deve ter parcerias com o governo federal e estadual.

A comercialização da produção também será garantida pela prefeitura, que fará a compra para delimitar um preço mínimo comum a todos os beneficiados e ainda inserir a produção na merenda escolar.

Impacto na pobreza

Para o professor do Caen (Curso e Pós-Graduação em Economia) da UFC (Universidade Federal do Ceará) e membro do LEP (Laboratório de Estudos da Pobreza), Emerson Marinho, a iniciativa parece positiva, pela perspectiva de "não dar apenas a esmola", mas incentivar a profissionalização para viabilizar a saída do programa. Marinho é um dos autores de um estudo que avalia o impacto dos programas de transferência de renda na pobreza, publicado em 2008, no qual se conclui que não há alteração significativa na redução da pobreza no Brasil.

"A principal crítica que se faz ao Bolsa Família e a programas de transferência de renda é a inexistência de um prazo para o término do benefício e a falta de um apoio para a qualificação técnica. Estudos já demonstraram que só a transferência não leva a um impacto na redução da pobreza e pode até levar a um impacto negativo no mercado de trabalho, ao se desestimular o trabalho formal", disse.
"Não dá para imaginar que alguém vá ser contra um programa como o Bolsa Família, que garante a sobrevivência de quem não tem nada, mas é preciso refletir se não há outros meios mais eficientes para garantir não só isso, mas a busca pelo desenvolvimento, dando educação, qualificação."

Projetos semelhantes

Fábio Farias Gomes, da Associação Comunitária de Tejuçuoca, lembra que outro projeto já foi criado no município para a distribuição de animais, no caso galinhas caipiras. Já são 100 famílias beneficiadas com a doação de 60 aves vacinadas e ração suficiente para três meses. Em troca, cada família tem de construir um aviário para a criação adequada. "A ideia era ter comida de qualidade, mas como são muitas aves e tem a produção de ovos, eles também podem ser vendidos, o que acaba melhorando a renda", disse.

No Piauí também há um programa semelhante que já contemplou cerca de 5.000 famílias, segundo o site do governo.

"Bolsas" pelo país

O Bolsa Família é o programa de transferência de renda de maior alcance do país, beneficiando famílias com renda mensal per capita de até R$ 140. O projeto hoje atende cerca de 11 milhões de famílias em todo o país. Só no Ceará são 922.748, segundo relatório da Caixa Econômica Federal referente ao mês de novembro.

Entre os programas de transferência de renda do governo federal estão também o Bolsa Atleta, da Caixa Econômica Federal, que paga R$ 300 a atletas estudantes, e R$ 2.500 a atletas olímpicos e paraolímpicos, e o Bolsa Formação, destinado à qualificação profissional em segurança pública, com um subsídio de R$ 400.

Também há propostas polêmicas, como o Bolsa Celular, que garantiria a distribuição de aparelhos celulares a 11 milhões de famílias do Bolsa Família (custeado, segundo o Ministério das Comunicações, pelas empresas de telefonia), e o Vale Cultura, com proposta de disponibilizar R$ 50 por mês para trabalhadores consumirem produtos culturais - com desconto parcial na folha de pagamento, de acordo com a renda.


Fonte:
Kamila Fernandes
Especial para o UOL Notícias
Em Fortaleza

sábado, 14 de novembro de 2009

Fernando Pessoa

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

O desejo do tempo


Os antigos gregos tinham em Chronos, deus do tempo, a imagem do pai todo poderoso devorador dos filhos. Ele criava, ele mesmo aniquilava. O tempo cronológico é apenas o tempo que passa. Mas a experiência do tempo não passa tão simplesmente, somos nós que passamos por ela. Nos constituímos, em nossa interioridade, a partir dela. Como dizia Santo Agostinho, o tempo é algo complexo demais, sendo muito difícil para cada um explicá-lo. Tanto quanto é fácil de entender, pois estamos nele desde sempre. O tempo nos possui e não o contrário.

UM DIA DE CADA VEZ

É melhor viver um dia de cada vez? É provável que ouçamos ou pronunciemos esta frase em vários momentos da vida. Quando incertezas e desesperanças se põem em cena é a reflexão sobre o tempo (seja ele dito na forma dos dias, das horas, do tempo ao tempo) que sustenta nossas ponderações. Ou na básica ansiedade que move o cotidiano, quando não compreendemos as próprias direções, quando, sem perspectiva ou foco, parece que não buscamos nada. Ansiosos quando queremos muito, nem sempre sabemos bem o que queremos. E nos angustiamos porque estamos no tempo, medido, e não na eternidade, desmedida. A vida exige solução, mas o tempo é o limite de toda vontade. Por isso, ele também é possibilidade.

A frase traz uma sabedoria básica na forma de um conselho sobre o uso e a compreensão do tempo, do qual depende o desejo, nome que se dá ao modo de nos relacionarmos ao futuro, o nosso e o que compomos junto de outros. A frase nos diz sobre um modo de tratar com a frustração comum na sociedade de hoje: a da ausência do desejo que diz respeito a uma incapacidade de criar projeto de vida. Ou seja, o que fazer da vida dentro de seu limite. “Um dia de cada vez” significa: “vá com calma, aproveite o tempo presente”, mas por outro lado, também diz “esqueça a totalidade da vida”. Aí conhecemos o conflito com a “temporalidade” sobre o qual vivemos cegos. Se pensarmos em termos de vantagens, talvez não seja frutífero ter em mente a vida inteira, o todo do que podemos fazer com o tempo que dispomos, pois não há certeza sobre o que virá. Porém, sem pensar no todo da vida, que é o tempo que temos para viver, talvez fique difícil orientar-se dentro dela. Sem sabermos do nosso tempo, estamos perdidos de nós mesmos, sem futuro. A dimensão do tempo é mais que psicológica e metafísica, ela é também prática. Põe-nos diante de nossa liberdade de decisão, define o destino, ou o tempo, que devemos construir.


A experiência do tempo pode ser uma experiência de angústia, de que algo desconhecido nos espreita. Só o desejo é a cura desta sensação de opacidade da vida. O desejo não é tormento, mas o caminho para sair dele. Ela não vem do nada. Nasce do tempo experimentado em seu limite, do fato de que há a consciência perturbadora da existência que é a morte. Enquanto esperamos seguimos a “viver um dia de cada vez”. No tempo que é sempre medida, a soma dos dias, compõe o sentido da vida, o valor da eternidade.

OS LIMITES DA EXPERIÊNCIA

Assim como damos “limites” às crianças para que possam orientar seus desejos, seus quereres e poderes, nós, mesmo adultos, deveríamos nos reorientar no nosso limite com a vida, a que chamamos tempo. O tempo, todavia, não é a mera duração da vida. A duração é só o tempo do relógio, ela se parece mais com o espaço que percorrem os ponteiros no mostrador. Nosso modo de compreender o tempo é o que nos orienta na vida: o tempo do trabalho, o tempo do lazer, o tempo do conhecimento, do amor, o tempo interior, o tempo domesticado pela vida orientada e administrada que vivemos. O tempo é um radar que nos ensina aonde ir, nossas urgências, os caminhos que precisamos escolher diante da impossibilidade de seguir todos.

A frase sobre o dia a dia a ser vivido de um em um, nos serve de antídoto quando vivemos esta frustração tão específica que é a do tempo que não aprendemos a experimentar em seus dois pólos, o do todo fora de nós (a família, a sociedade, a história, o planeta) e o do que se elabora em nossa interioridade. De um lado, vivemos o nosso tempo pessoal, o tempo de cada individualidade, de cada um que experimenta seu corpo, seu sentimento, medos, anseios, possibilidades, e sua noção de morte. O tempo individual é sempre o tempo da insegurança. Buscamos os outros: filhos, maridos, amigos, trabalho, para participarmos do tempo coletivo onde, ao partilharmos a insegurança com as demais individualidades, a eliminamos. Para tudo isso é preciso sempre muita atenção sobre o que estamos vivendo.

A AVAREZA DO TEMPO

Por outro lado, todos aqueles que sabem o valor do tempo, costumam pensá-lo em analogia com o dinheiro: tempo é dinheiro. Quem dispensa tempo, dispensa dinheiro ou, em termos mais técnicos, dispensa lucro. Mas o que é o lucro senão a vantagem que temos em relação aos outros, ao trabalho, à vida? O lucro é um “a mais”, mas a vida não vai nos dar mais tempo. Logo, tempo não é necessariamente dinheiro, mas justamente o que nos logra se a vida não foi bem vivida. Se o avaro economiza dinheiro, quem economizar tempo não poderá ser avarento, a rigor, o tempo é algo que sempre se multiplica. O tempo se multiplica na generosidade. É uma questão de organização. O desejo só surge como mensagem na garrafa àquele que entendeu a função de seu tempo próprio no tempo coletivo.


Marcia Tiburi

Publicado na Revista Vida Simples. Janeiro de 2007. Ed. 49. P. 56-57.

Charge - Amarildo


Terminam os testes de segurança das urnas


Os testes de segurança nas urnas eletrônicas e componentes do sistema eletrônico de votação que serão utilizados nas eleições de 2010 chegaram ao fim nesta sexta-feira (13) sem que nenhum dos investigadores tenha conseguido atingir o seu objetivo. De acordo com o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, essa é uma evidência de que o eleitor pode ficar totalmente tranqüilo na hora de votar.

Os últimos testes realizados hoje (13) foram de técnicos da Procuradoria Geral da República (PGR), especialista do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e de um perito da Polícia Federal (PF). O perito da PF, Tiago Cavalcanti, explicou que a tentativa de sua equipe foi no sentido de executar códigos que permitissem alterar os programas de votação que vai para a urna.

“Existe uma máquina geradora de mídias que vai criar os cartões de memória que vão alimentar as urnas com bases de leitoras e com os programas, a idéia era, nesse ponto de origem, tentar alterar o código que vai para as urnas, antes do voto do eleitor”, afirmou Cavalcanti ao dizer que não alcançou sucesso porque a máquina geradora de mídias é protegida por um sistema que impede usuários não autorizados, e até mesmo usuários autorizados, de executarem programas não permitidos.

Ele lembrou ainda que o sistema de informática é só um dos pontos de segurança do processo eleitoral. “Mesmo que eu conseguisse executar um programa que mudasse toda votação a meu favor, essas mídias ainda poderiam ser auditadas. Todo o procedimento envolve vários pontos de auditoria que permitem aos partidos e a outros cidadãos verificar que os programas que estão indo pra urna são os programas reais, aqueles que deveriam ir”, disse.

Ele elogiou, por fim, a iniciativa do TSE de abrir os sistemas para os testes, pois em sua opinião, “a segurança por esconder nunca é a melhor segurança”. Para o investigador, “a segurança por transparência é sempre o melhor caminho”.

Boletim de urna

Já o representante do TST, Carlos Eduardo Negrão, informou que o seu teste tentou alterar o boletim de urna, que é a parte impressa de comprovação do voto. “Consegui com algum sucesso imprimir um boletim que nós tínhamos preparado, agora o problema é que na hora de cortar, o papel não sai do mesmo tamanho”, disse ao explicar que a tentativa de burlar o procedimento não saiu perfeita.

Uma das melhorias sugeridas por ele é quanto ao lado do papel colocado na impressora, pois de um lado ele imprime, mas do outro não. Na hipótese de o TSE realizar novos testes para outras eleições, a sugestão de Negrão é para que os investigadores possam trazer seus equipamentos. “Seria melhor do que instalar aqui. Fica aí uma sugestão para o TSE”, afirmou.

Sistema operacional

Os representantes da PGR foram os últimos a deixar a sala de testes e tentaram substituir o sistema operacional oficial da urna (LINUX) e, se tivessem obtido sucesso, tal procedimento poderia resultar no domínio de todos os programas da urna.

Os quatro investigadores que representaram a procuradoria utilizaram várias estratégias e ataques, mas não conseguiram fazer a substituição do sistema operacional.

Resultados

Giuseppe Janino disse estar muito satisfeito com os resultados e, principalmente, pela realização desse procedimento histórico para o processo eleitoral brasileiro e inédito no mundo.

“Não há registro de que nenhuma instituição eleitoral tenha aberto os seus processos, sejam eles automatizados ou não, para uma investigação de testes públicos”, disse.

Para ele, o último dia de testes sem nenhuma violação da urna contribui para consolidar o que já imaginava que é a comprovação da robustez, da segurança e da maturidade do processo que hoje está instalado, principalmente com relação aos seus dispositivos de segurança.

Os investigadores que participaram do processo, em sua opinião, são do mais alto nível de qualidade e investigaram vários aspectos desde procedimentos simples até o nível de criptografia e chaves digitais.“Os testes tiveram o objetivo de quebrar o sigilo do voto, alterar os resultados ou simplesmente desestabilizar o sistema. Todos eles encontraram extrema resistência nas barreiras implementadas. Tanto é que nenhuma das barreiras, hoje estabelecidas dentro do sistema, foi efetivamente vencida", disse Giuseppe.

Giuseppe afirmou que o relatório geral será consolidado pela Comissão Avaliadora e as sugestões neles apontadas serão estudadas por seus técnicos. “Estamos totalmente abertos e vamos estudar com muito cuidado, muito critério essas sugestões com o objetivo de complementar e prosseguir o nosso objetivo de melhoria contínua do processo eleitoral brasileiro”, garantiu.

Premiação

Na próxima sexta-feira (20), o ministro Ricardo Lewandowski, que coordenou a preparação e a realização dos testes de segurança, fará a entrega dos prêmios aos participantes que tiverem oferecido as melhores contribuições para o aperfeiçoamento do sistema, conforme análise a ser feita pela Comissão Avaliadora. Os prêmios são nos valores de R$ 5.000, R$ 3.000 e R$ 2.000.


TSE

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Frase

"O foco é a postura, os gestos, o jeito de ela se portar. Ela tinha atitudes insinuantes. (...) Ela extrapolava rebolando na rampa, usando roupas para que os colegas pudessem verificar suas partes íntimas."


Décio Lencioni Machado, assistente jurídico da Uniban, sobre a expulsão da aluna que usou vestido curto em sala de aula

sábado, 7 de novembro de 2009

Comissão proíbe serviço público de colocar consumidor no SPC

A Comissão de Defesa do Consumidor aprovou na quarta-feira (4) o Projeto de Lei 2986/08, do deputado Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ), que proíbe a inscrição do nome de consumidor inadimplente de serviço público em cadastro de restrição ao crédito.

Na opinião do relator, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), "serviços públicos são, normalmente, essenciais à população e deveriam ser ofertados universal e gratuitamente a todos dentro de determinado limite de consumo".

Sendo assim, o deputado argumenta não fazer sentido incluir o nome dos consumidores de tais serviços - como água, luz, telefone e gás - em cadastros de restrição ao crédito. Em sua concepção, o consumidor só deixa de pagar serviços essenciais se não tiver realmente condições para quitar o débito.

O relator acrescenta que o não pagamento implica corte do serviço, "o que já é por si só uma tremenda penalidade". Tripoli lembra ainda que a proposta não impede a cobrança do débito. "A ideia é não tornar mais difícil e sofrida a recuperação do consumidor inadimplente", afirma.

O deputado José Carlos Araújo (PR-BA) apresentou voto em separado contrário à proposta. Em sua opinião, a prestação de qualquer serviço, seja público ou privado, pressupõe remuneração. Ele argumenta que somente dessa maneira é possível atrair o interesse das empresas e viabilizar a implantação e continuidade da prestação dos serviços.

Tramitação

O projeto segue para análise conclusiva da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte:
Da Agência Câmara

História: Carta de Sobral Pinto ao Presidente Costa e Silva


Exmo. Sr. Presidente da República,

Marechal Arthur da Costa e Silva

Cumprimentos devidos à sua alta dignidade e, também, à sua ilustre pessoa.

Li, em Goiânia, o ATO INSTITUCIONAL Nº 5, que V. EXA., substituindo-se indevidamente ao povo brasileiro, que não conferiu ao Chefe de Estado Brasileiro Poder Constituinte, baixou para tirar as garantias do Poder Judiciário , proibir a concessão do habeas-corpus e tornar possível a subtração da liberdade de toda e qualquer pessoa que resida no território nacional, brasileira e estrangeira.

Através do referido Ato, V.Exa, instituiu, em nossa Pátria, a ditadura militar, contra a qual ninguém pode, no momento, lutar eficientemente. Fui, sou e serei homem do Direito, da Lei, da Justiça e da Ordem. Jamais conspirarei. Lutarei, porém, pela palavra, verdadeira, enérgica e vibrante, contra a opressão que desceu sobre a minha Pátria. Palavra franca, leal e desinteressada, que não quer Poder, posição e qualquer Dignidade, administrativa e eletiva. Quero, apenas, Ordem jurídica decente, digna e respeitadora da dignidade da pessoa humana, da liberdade individual, e das liberdades públicas, princípios estes que estão varridos, presente, da minha e da Pátria de V. Exa. (…)

Com efeito, atende V. Exa., com serenidade e isenção de espírito, para o que fez com referido ATO INSTITUCIONAL Nº5: V. Exa., suprimiu, com a liberdade de opinião, também a garantia da Magistratura Brasileira. Pouco importa que um cidadão seja honrado, decente e leal. Se ele cair no desagrado dos governantes atuais, porque lhes disse a verdade a que estava obrigado, poderá ir imediatamente para o cárcere, sem que lhe reste meio e modo de readquirir a sua liberdade. Nenhum brasileiro, neste instante, pode revelar-se homem de caráter. Esta revelação provocará no militares, que ocupam o Governo do País, a vontade de subtrair a sua liberdade, separando-o da sua família e da sua profissão.

Por outro lado, os Magistrados perderam pelo ATO INSTITUCIONAL Nº5, todas as suas garantias, o que lhes impedirá de dar qualquer garantia aos seus concidadãos, lesados nos seus direitos fundamentais. O magistrado, que assiste à prisão de um concidadão decente e digno, ficará diante deste dilema, quando provocado por um requerimento deste cidadão, que não aceita, em silêncio as subtração injusta da sua liberdade: ou obedece às imposições de sua consciência, declarando que a prisão é injusta, mas que não a pode anular, pela suspensão da medida do habeas-corpus, e, neste caso, será demitido ou aposentado, ou para não perder o lugar que conquistou por um concurso ou por suas virtudes excepcionais de cultura e honradez, terá de cruzar os braços diante da injustiça que está assistindo.

É evidente, Sr. Presidente, que o ATO INSTITUCIONAL Nº5, com as determinações nele contidas, é um ato governamental que desmoraliza e quebra o caráter do homem brasileiro, principalmente o dos Magistrados. Se este ato permanecer no nosso Direito, ninguém nesta amargurada Pátria, ousará contrariar a deliberação e a vontade dos militares das nossas Forças Armadas e as de V. Exa. Porque estará, com a sua resistência, abrindo o caminho que o levará para o Cárcere, sem que a Magistratura possa restituir-lhe a liberdade.

Sou, Sr. Presidente, uma das vitimas do ATO INSTITUCIONAL Nº5. A Polícia Federal de Goiás, invocando o nome de V. Exa., deu-me ordem de prisão, ordem que não aceitei, declarando que nem V. Exa., nem ninguém neste País, é dono das minha pessoa e da minha liberdade. Nada fizera para esta perder. Recusava altivamente acatar ordem tão absurda e ilegal. Mas pronunciei estas palavras, quatro homens, de compleição gigantesca lançaram-se sobre mim, como vespas sobre carniça, imobilizando-me os braços e apertando-me o ventre, pelas costas. Em seguida, empurraram-me, como um autômato, do quarto ao elevador, onde me empurraram. Desde até o carro, que se encontrava à porta do Hotel, fizeram idêntica manobra. Colocado no carro, de manga de camisa, como me encontrava no quarto, conduziram-me a um Batalhão que fica nos arredores de Goiânia. Neste permaneci durante uma hora, mais ou menos, depois de um atrito com o Comandante da Unidade, que tentava desrespeitar-me, sendo levado ao Quartel da Polícia do Exercito, em Brasília, onde fiquei três dias, respeitado pela Oficialidade dessa Unidade, desde o Coronel-Comandante até o mais modesto dos Tenentes. (…)

Os afazeres profissionais não me dão lazer para prosseguir na crítica ao ATO INSTITUCIONAL Nº5. Oportunamente voltarei à presença de V. Exa., para formular novas críticas em documento que, como este, não é de natureza privada, uma vez que me reservo o direito de divulgá-lo pelos meios ao meu alcance. Tal divulgação PE uma faculdade, que me é assegurada pela Declaração Americana dos Direitos e Deveres Fundamentais do Homem, promulgada pela ONU, em Paris. Divulgando estas palavras, severas, mas respeitosas, estou unicamente a cumprir dever inerente à minha condição de

Queira receber, Sr. Presidente, as homenagens leais e sinceras dos modesto concidadão e humilde servidor.


H. sobral Pinto.
Rio, 21 de dezembro de 1968.

(SOBRAL PINTO, Heráclito Fontoura. Lições de Liberdade. 2 ed., Belo Horizonte, Editora Comunicação/Universidade Católica de Minas Gerais, 1978, PP. 130-5.)

domingo, 1 de novembro de 2009

Vida e morte


O ser humano é marcado essencialmente pela sua existência. Pensar, agir, sentir, realizar, se omitir, amar, odiar, são atributos próprios ao homem ao longo de sua vida. A princípio, parece que se a vida dita o nosso ritmo, a morte põe termo as nossas intenções. É, apenas parece, porque na pratica vida e morte estão muito mais ligadas do que a gente imagina.

Viver e morrer não são meros atos de representação biológica para nós humanos e em algum ponto ouso pensar que uma dá sequência aos atos da outra como se nada houvesse de interrupção. Viver é algo muito mais profundo que a batida seca do relógio cotidianamente. Morrer é algo mais que o silêncio de todas as horas. Somos, sem extreme de dúvidas, aquilo que aqui representamos em todo o nosso existencialismo e, há quem diga, que nesse mundo somos o que temos, nada mais que isso, e vez por outra, a morte apenas cuida de emendar os erros da vida.

Os filósofos estóicos defendiam que somente após a morte é que podemos afirmar que alguém foi ou não feliz, dando a morte o condão natural de julgar a felicidade ou infelicidade da vida.

“Quem não souber morrer bem terá vivido mal”, definiu Sêneca.

Nessa dualidade de vida e morte, Montaigne nos sugere que “qualquer que seja a duração de nossa vida, ela é completa. Sua utilidade não reside na quantidade de duração e sim no emprego que lhe damos. Há quem viveu muito e não viveu”. E conclui o filósofo: “Meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade; quem aprendeu a morrer, desaprendeu de servir, nenhum mal atingirá quem na existência compreendeu que a privação da vida não é um mal, saber morrer nos exime de toda sujeição e coação.”

Morrer não é o fim, e quando falo do fim não me refiro da vida após a morte e sim na percepção do que fomos verdadeiramente em vida até ali.

Morrer é um ato de extrema solidão não apenas para quem parte mas também representa profunda solidão para quem fica. O ato biológico da morte é sempre um ato de extrema solidão mas que transcende do campo metafísico para a solidão das emoções dos que aqui permanecem incompletamente vivos. Os amigos, a esposa, os filhos, os pais, enfim, todos, de certa forma, se vêm solitariamente, compondo saudades e recordações nunca antes revivida. Assim, curiosamente contrário a tudo o que aqui disse, ninguém morre só completamente. Morremos juntos ao passo que a cada morte vai-se um pedacinho da gente que aqui ficou. Morrendo um tanto de nós.

Quer ser bom? Morra!. Quem já não ouviu essa frase ? o dito popular faz coro com o fato de que somente com a morte mensuramos a nossa vida. Embora todos nós imperfeitos, dificilmente se ouve falar dos desdouros do falecido. O momento é de dor e emoção e o que nos vem a tona são as qualidade, os arroubos, alguns até excessivamente duvidosos, mas perdoáveis pela conotação da emoção que aos poucos vai cedendo, cedendo, até se perder no vazio do esquecimento, fruto da inevitável ausência.

Certo mesmo é que a morte corrige os erros da vida. Alguns deles sequer cometidos. Mas, perdoados por antecipação.

De minhas tantas mortes, o certo que é um dia partirei de vez, e de igual forma serei julgado pela derradeira das horas. Alguns poucos haverão de morrer verdadeiramente comigo, outros, chorarão por mera obrigação, sobretudo os credores.

E que assim seja, que eu volte a terra de onde vim, mas que um dia “voltando à pátria da homogeneidade, abraçada com a própria eternidade, a minha sombra há de ficar aqui”.