quarta-feira, 21 de março de 2018

O anel de vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste, Ai de mim – era vidro e logo se quebrou… Assim também o eterno amor que prometeste, - Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste, Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, – Aquele pequenino anel que tu me deste, Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Não me turbou, porém, o despeito que investe Gritando maldições contra aquilo que amou. De ti conservo no peito a saudade celeste… Como também guardei o pó que me ficou Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira

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