terça-feira, 7 de maio de 2013

A poesia espirituosa de Belarmino de França

Belarmino de França e sua esposa Hemerentina Dantas

O poeta Belarmino de França, pai do saudoso Pe. Solon, repentista espirituoso do qual trago um ramo de hereditariedade e parentesco, não era dado a deixar qualquer interlocutor sem a devida e necessária resposta em verso e a queimar roupa.
Certa feita, quando ainda se guardava extremo respeito a semana santa e aos preceitos religiosos, o velho poeta de Paulista-PB ouviu de um circunstante a indagação a respeito de saber se um beijo na sexta-feira da semana santa faria quebrar o jejum?

Após afinar a garganta, Belarmino, de inopino, disparou:

Quem beija moça solteira
Merece ser perdoado.
Talvez nem seja pecado
Um beijo na sexta-feira.
Um beijo por brincadeira
É coisa muito comum,
A gente só dando um
Bem cedo antes da janta
Mesmo na semana santa
fará quebrar o jejum?

Noutra ocasião, o velho Belarmino recebera de presente uma calça de um amigo que sempre que o via, estivesse onde estivesse, teimava em relembrá-la perguntando-lhe seguidamente se a mesma havia ficado boa. O poeta já chateado com aquela importunação resolveu se livrar do incômodo em verso:

Mandei pra confecção
Que se faz roupa bem feita
E a calça ficou estreita
Me beliscando um cunhão,
Não tinha nenhum botão
Pregado com segurança
A barguilha ficou frouxa
Descobrindo toda a trouxa
De Belarmino de França.

-Foi a última vez que se ouviu falar na dita calça!

Um comentário:

Unknown disse...

Sou Carlos Pereira, meu pai é Benedito Pereira filho de Severino e Francisca, naturalmente apelidados de "Seu Biró" e "Dna. Santa", nascidos e criados em Paulista-PB. Meu pai foi, na juventude, empregado do Sr. Belarmino e hoje é um grande apreciador e propagador da sua obra, na última viagem à Paulista-PB, visitou um certo espaço cultural da cidade onde adquiriu um livro que, se não estou enganado, entitula-se: "pensamentos de Belarmino de França".

Abraço conterrâneo;